sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Algo que ficou







No jeito sempre sem jeito de agir,
ainda com as vestes da inocência,
a paixão se apresenta para ferir.
Coração juvenil, do amor não tem ciência!

Momentos tão puros em tenra idade,
marcas vivas do passado roubando o futuro,
doces lembranças amargando a felicidade.
A desilusão cerca a vida como um muro.

Em sonhos o sonho perdido sempre retorna,
sentimentos afloram na segurança inconsciente,
um mundo de dois, imerso em lagrima morna,
Reflexo de um romance condenado ainda inocente.

Na sua distancia constantemente presente,
meu presente nunca foi mais ausente.
Estou preso entre tempo e espaço
por um eterno espaço de tempo.

§D§




terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Licantropia




Social Distortion - Story Of My Life

 

Fantasmas assombram minha mente!
Escondi esqueletos no armário,
outros tantos cadáveres no porão,
espíritos do passado estão acorrentados em mim.

No meu cemitério particular o desobediente
chora e sua mãe não ouve.
Da carne o sangue, arrependimento sem perdão.
O céu é uma mentirinha mal contada
e o inferno fica bem aqui.
Então não Comte com Dante para ajudar.

Meu encanto esconde meu retrato
como fez com Dorian também.
Quem se deita comigo acorda com a fera
e não há nada de belo num licantropo.

Na lua cheia esvazio minha devassidão,
alimento-me da luxuria do seu coração,
por baixo dos panos separo a pele,
lábios pudicos se abrem em êxtase.
Uso do amor para expor seu sexo
e da minha saliva para transformar sua vida.

Falo bem do bem e do mal,
não sou nem um e nem outro.
Hora homem e hora animal,
os dois sou eu.

Este é o pacto...
...Fique longe, a carne se abrasará,
porém o espírito se salvará.
Ou...
...Se entregue, o corpo se satisfará,
Entretanto a alma se perderá.

§D§



domingo, 13 de fevereiro de 2011

Fechar de olhos








Erro tanto tentando acertar,
perco tantas iniciativas atrás de saídas,
afasto quando quero atrair e atraio ao afastar.
Escrevo direito da mão esquerda,
mas minha destreza é canha,
perdendo ou ganhando sempre há perda.

Inquieto num silencio contemplativo,
a calmaria externa não externa a realidade interna,
turbilhões de lucubrações num cinzento hiperativo.
Vivo morto para a vida aparente,
desconectado do cordão umbilical instintivo,
renasci para sentir as reflexões e racionalizar os sentimentos.

No fechar dos olhos o coração se acalma, a mente se abre e alma se liberta!


§D§





quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Perseguição




 

THE JORNEY - DON'T STOP BELIEVE


O amor não persegue ninguém,
ele segue seu caminho.
O direito de querer alguém
não deve exceder o de não ser correspondido.

Da vida o que a vida dá,
nada deve ser tomado à força.
A graça da conquista
está em ser de graça.

Um beijo roubado é excitante,
mas os melhores são gratuitos.
O abraço serve para acolher,
nunca para tentar aprisionar.

É preciso...
...Ser livre para escolher,
para escolher ser livre.
Há quem ame só a liberdade de amar.

§D§





sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sinestesia





 

Eric Carmen - Hungry Eyes

 

A arte de transformar estímulos em sensações é um desarranjo que estimula arranjos artísticos no meu coração mental.
Palavras retratam imagens coloridas da minha mente numa tela imaginária.
Ouço cores com cheiro de hortelã,
o sabor do som em notas cítricas estimula o paladar auditivo,
a maciez da lã em ritmos cadenciados na textura das letras.
na polpa dos dedos o sabor da avelã,
vejo o gosto da maçã em versos românticos,
sinto o arco-íris na íris dos teus olhos,
no tato dos seus lábios saboreio o vermelho do morango.
Em cada olhar uma musica,
em todo toque um toque de perfume,
seu aroma no ar de Roma exala letrinhas de amoR.
Nos teus braços o sentido de ser humano no calor da paixão,
seu corpo em alto-relevo esculpido em poesia.

§D§





terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Lua







 

 

Mariah Carey - Misty moon


O suor do dia pelo pior da noite,
a alegria na estupidez pela lucidez da dor.
Na verdade oculta flutua a mentira sob a lua,
liberdade absoluta reside em mente aberta e arguta.

Resplandece no firmamento um doce ornamento noturno,
com tamanha beleza cheia de pureza,
com crescente silencio acalma minh'alma,
minguante rancor vai embora mundo afora.

Nova, serena paz na escuridão orbitando meu coração,
seu lado escuro se encobre com o véu nobre enigmático.
Na mesma face todas as fases que movem a maré.
Amar é ter a lua por moção da vida em sua vida.

§D§





domingo, 30 de janeiro de 2011

Sol

Adoro ver o por do sol!
Admirar o seu declínio até sumir de vista,
faço pouco caso do seu ocaso rotineiro,
do suicídio diário em mar de sangue,
do sepultamento sem honras no horizonte.

Suporto sua presença imposta durante o dia
para ver seu banimento ao cair da noite.
Logo cedo me castiga com sua aparição,
sua luz me cega e seu calor oprime.

Exibicionista, se mostra altaneiro,
rotundo de aparência escaldante,
impõe-se espaçoso como estrela, astro, rei, astro rei...

Minha paz volta às suas costas,
respiro aliviado com o ar da noite.

Outro dia, mesmo ciclo, meu ódio exacerbado.

§D§




segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ode à poesia







Da escuridão em que vivo posso ver sua luz,
invejo sua alegria e amo a maneira que me diz "oi".
Invento desculpas para te ouvir,
mas me enrolo com as palavras.

Poderia eu viver em seu mundo, viria você para o meu?
Já sei a resposta, porém queria fazê-la mesmo assim,
dizer para mim mesmo que tentei, embora, seja em vão.
Sei que não está entendendo nada do que digo, que bom.

Na maior parte do tempo não sei o que se passa comigo,
sei que nunca estou completo e isso piora com o tempo.
Os ponteiros se adiantam indiferentes, não ligo, só ligo para...
Você nem imagina como atrai e me faz trair a realidade.

Queria ser poeta merecedor de sua inspiração sublime,
mas não passo de um admirador com versos macabros.
No meu anonimato solitário de talento inapto e questionável...
Espreito de longe a musa das artes e beleza em letras,
você POESIA!

§D§





sábado, 22 de janeiro de 2011

Sua voz, minha música







Com o violão nas mãos,
é seu corpo que toco,
cada acorde um sussurro,
arrepios de nota em nota.

Ouço música na sua voz,
observo a dança dos seus quadris,
a pele vibra e lábios tremem,
batidas do seu coração em meu peito.

Uma sinfonia de sentimentos
expressos em partituras melódicas.
Desejos são tocados em harmonia
dedilhando o instrumento do meu amor.

§D§





quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Justiça infernal








Na ignorância descansa a santa paz de espírito,
Entretanto é com a justiça que a alma se regozija.

Fazer o certo hoje em dia está errado, se errar há absolvição,
mas o inocente e justo estará condenado por ser direito.
A esquerda mudou de lado e agora está a direita do poder,
o poder, por sua vez, está nas mãos do canhoto.

O maior problema para um acusado é ser acusado de sem renda,
ser culpado é o de menos num julgamento, não importa o que você fez, importa o que você tem. Tendo dividendos é só dividir com a sucursal de advogados do inferno na terra.
Outra saída é vender a alma ou fazer um empréstimo e pagar com juros e trabalhos forçados no inferno.
Com sorte poderá se tornar uma mula do crime organizado.
Juiz agora é só um moderador e advogado angariador de fundos,
o pleito passou a ser o palco para um show de horrores.
Quanto ao réu basta estar lá, culpado ou inocente, isso se vê depois.

§D§





sábado, 15 de janeiro de 2011

História em verbo e verso





 

 Enrique Iglesias - Hero


O meu fim³ está presente desde o inicio¹,
indicio de um passado nunca esquecido.
O futuro só é um meio² de reparar o erro,
conjugando o verbo em todo tempo
conto a minha história com 1,2 e 3.
No pretérito fui imperfeito,
no presente me acho em falta,
no futuro não estarei lá,
no gerúndio estou sempre tentando,
mas no particípio, tentado, caio em pecado.

§D§


 


 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Trindade da inutilidade





Vejo as bagagens dos indolentes
crédulos nas mãos do destino.
Bagagens de esperança, fé e otimismo.
Parece-me mais um desatino
daqueles adeptos do conformismo.

O destino não é um carregador,
mas vias de acesso ao futuro que decidimos.
A esperança é o acumulo de gordura
na barriga de quem sentado cria pança.

A preguiça dobra os joelhos na
de receber em casa o que suplicou,
quando devia erguer a cabeça e se por de pé,
ir buscar com as mãos o fruto que ousou.

O mandrião é sempre um otimista,
sorriso escancarado na cara simplista,
vive dizendo que tudo dará certo,
basta crer. O tolo se acha esperto!

§D§





terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cacto espinhoso







Incompreensível cacto espinhoso!
Verde por fora, porém, maduro e suculento por dentro.
Pode salvar uma vida com suas entranhas,
mas não tente abraçá-lo em agradecimento.
Não é destinado ao jardim, brotar no inferno desértico é seu fim.
Nasce em solo árido e cresce sob sol escaldante, as intempéries não o afetam.
Livre de cuidados humanos é alto sustentável.
Desprovido de beleza, nada o fere, suas armas são seus espinhos.
Solitário, vida sem vida no deserto,
ninguém sabe ao certo como é...
Quem iria tão longe e permaneceria de pé?

§D§






domingo, 9 de janeiro de 2011

Duplo sentido







Insurreição,
levante.
Siga
nesse instante.
A tempestade,
atormenta.
Embala-me,
acalenta.
Suicida,
de mente.
Minha loucura,
meu ente.
Sua sombra,
assombra nua.
A lua encarna,
em carne sua.
Noite cara,
em cara só.
Afronta,
a fronte.
Aponta,
a ponte.
Para,
pare.
Salvação ou destruição?
Duplo sentido,
Duplamente sentido.

§D§




sábado, 8 de janeiro de 2011

Imolar e amolar







Da carranca que assusta,
degusta o medo que arranca.
Na cara feia pavorosa,
temerosa e cruel tara na veia.

Da alegria de ser mal,
tal a tristeza que se cria.
Da semente da dor,
horror que floresce demente.

De insensível olhar penetrante
expectante no gargalhar terrível.
Da viciante atitude sempre fria,
hemorragia da virtude infante.

Mata o homem, o consome...
Fome de desordem inata,
come a pele e esfola até o osso.
Poço que amola, fere e não some.

§D§





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