Embrenhei-me numa busca alucinada pela pedra filosofal,
Nessa procura perdi meus dias, nada virou ouro, nada reluziu,
Na caça gorada pela felicidade eterna perdi minh'alma, agora nem Santo Graal,
O único elixir que bebi foi o mesmo que saturou meu sangue de cobiça servil,
O homem nada mais é do que escravo de si mesmo e a ambição que alimenta,
Envelhecido e subjugado pelo pecado, envolto na própria ignomínia, um ser vil,
Basta um olhar no espelho para confrontar o horror, vaidade sem fim, vida nojenta.
Quando o infindo parecia ser onipresente, deparei com um achado, um divino presente,
A cabeça com fios de ouro finamente adornada, até Flamel confundir-se-ia, lábios rosados,
Bastou um toque e me vi curado, limpo de meu pecado, senti o amor manente,
Esse elixir adocicou minha boca, fecundou meu coração, sagrou-me todos os lados,
Desafiei o espelho acusador, mostrei meu achado, não suportou a presença de minha amada,
Em mil pedaços reduziu-se, o que acusava, não acusa mais, deixei de buscas sem noção,
Agora busco viver para amar aquela que me libertou, não sou mais escravo, tenho uma parada,
Vivo, respiro, bebo da fonte do amor, dos braços dela fiz morada, entreguei-lhe com sossego meu coração.
§D§
Um comentário:
A busca pela pedra filosofal foi bem sucedida...
Na tua poesia, transformação com um sentimento tão puro e, mais além, puro, terno, suave, doce, encantador! Na formatação, a marca de etapas distintas mas, numa crescente. À medida que os sentimentos se expandem, as palavras grafadas acompanham esse movimento e a poesia se abre em corpo e alma. Magnífica! Bravo!
Prazer ler você!
Prazer ouvir a música!
Abraços, poeta!
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