terça-feira, 3 de novembro de 2009

Renúncia




A casa está toda organizada,
Tudo em seu devido lugar,
O silêncio imperaria absoluto,
Não fosse o meu pranto ecoar,
Choro a saudade, a falta que me faz,
Coloquei o amor para fora, não deixo entrar.

Escolhi uma vida reclusa, espartana,
Prefiro sofrer minha escolha própria,
Do que fazer sofrer quem se ama,
Escondo os motivos dentro dessas paredes,
Casa, coração, não importa como se chama,
O importante é não macular a honra.

A poesia foi embora sem avisar,
A rima fugiu assustada,
Uma retaliação para intimidar,
Uma insurreição organizada,
A inspiração outrora o meu par,
Agora se mostra irritada.

Nesse momento pouco me resta,
A dor perene que sinto me atesta,
Fiquei com a certeza que fiz a coisa certa,
Quem olha de fora julga uma escolha incerta,
Porém mortifiquei meu coração,
E poupei outra vida da tribulação.
§D§



Um comentário:

Anônimo disse...

Talvez, essa outra vida preferisse a tribulação, com todo esse amor...
Há riscos que valem a pena...
Melancólica e bela!

Abraços, poeta! Bom te ler!

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