segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Torturador Faminto







Nos meus olhos a fome
e na boca o desejo insaciável.
O sangue ferve nesse corpo
algoz de uma alma fria e má.

Conquistador para não se meter!
Uso do aríete para invadir,
uma vez dentro... Possuir.
Fazer gritar, chorar e gemer.

Prazer nefasto em ver sofrer.
No gélido e temeroso arrepio da pele,
no abrasante e úmido interior recôndito,
gozo em provocar vergonha e vontade.

Mestre em torturar sem resistência...
Lacerar lábios mudos por constância,
arrancar uivos passivos com violência,
despir as vergonhas e violar extremos.

Tomar posse, debilitar e demarcar,
marcar com dentes, deixar marcas.
Apertar, lanhar e morder,
temperar, besuntar e comer!

§D§





quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Inocente Culpado






Tenho o pé frio, mas ando bem calçado!
Faço das minhas fragilidades o meu ponto forte,
me protejo atacando incessantemente.
Minha força reside em reconhecer minhas fraquezas.
Meu maior medo é perder a coragem de enfrentar meus temores.
Divido de braços abertos meu espaço com a solidão,
ando de mãos dadas com o ceticismo e a dor é só mais um prazer egocêntrico.
Rio da tristeza, troço da vida e faço festa com a morte.

Uma nova paixão em cada ereção, amor que dura um orgasmo, mas minha memória não é tão duradoura.
Estou eternamente preso à minha liberdade, abraços não me detém, um par de pernas por algum tempo talvez.
Sou dado a negações, saídas furtivas e entradas curtas.
Não machuco ninguém, porém alguém sempre se fere por si só.
Sendo muito verdadeiro soo tão falso que muitos se enganam comigo.
Quem não aprecia um bom desafio?
Invariavelmente ganho porque não aposto, mas aceito apostas.

§D§




Contatos anônimos

Todos que visitam o blog têm o direito de me mandar emails, mensagens e comentários anonimamente, mas isso não quer dizer que eu vá responder.

§D§

 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Bardo Lascivo







Fui numa festa no inferno
para encontrar o meu talento.
Conheci a filha primogênita do diabo,
trepei com a Ambigüidade no telhado.
Estando por cima, ela me deixou por dentro,
permitindo-me penetrar seus duplos sentidos.
Aproveitei e me coloquei por trás de seu segredo
para depois estar á frente e gozar em sua sabedoria.

Toda transação sem amor tem um preço!
Com um ganho, um pagamento...
Escrevo para me aliviar e não por amar.
Paguei com a alma para ter a paz do prazer.
Sou um vaso de carne cheio de concupiscências.
Falo que não sossega, mas quem me ouve?
Pelo contrário!
Sempre há uma boca prestimosa para me receber.

Uso da língua em lugares fechados ou abertos,
abro caminho até estar por dentro,
só saio depois de convencer e comover.
Minha eloqüência me precede sem vergonha.
Desnudo com tato e vigor a casca que envolve
o fruto para sorver a polpa sugando a paixão.
Nas minhas palavras o esperma que gera uma prole,
versos bastardos de um bardo lascivo e fecundo.

No ventre da tua imaginação a minha semente,
seu toque se faz meu com imagens da sua vontade,
percorro teus canais sob seu comando e desmandos devassos.
Na orgia de cada texto tu te abres solícita e despudorada,
colocando-me no seu tatear consolo personificas meu ato literário.
Sou na tua imaginação o doce pecado entre carnes pudicas,
uma invasão concedida e desejada num deleite permissivo.
Coloco a mostra meu talento para introduzi-lo em aberturas desejosas!

§D§




quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Inatividade







Pensei muito...
Decidi então...
Pensar mais um pouco
e decidir depois.

Atitudes precipitadas
precipícios sem fim,
buraco sem fundo
com fundo obscuro.

Corro devagar,
lento na pressa.
Fria ação,
ardente razão.

Sou assim...
Sem cor,
sem sim,
sem amor,
só não,
sem fim.

§D§




Entre em contato.

Nome (obrigatorio):

E-mail: (obrigatório, não será mostrado)

Site Web:

Sua mensagem: