segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pesadelo




Estou no terror noturno e na face pálida da lua,
espreito na madrugada temores e assombros.
Caminho por vielas sujas com um odor opressivo,
vejo arrependimentos em decomposição a céu aberto.

Nos meus olhos negros e frios o reflexo da iniquidade jaz,
tenho o endereço do culpado e o selo da sua culpa estampada.
Sou o mensageiro de maus agouros e atalaia da consciência pesada,
chego com o medo e estupor da alma quando cai a noite e morre o dia.

Sufoco, faço tremer com suor frio em todo tipo de tortura,
no calabouço do sono sou o torturador insone e dantesco...
Bebo do sangue, esfolo a carne e trituro os ossos ao extremo.
Quem sou eu? Seu pior pesadelo!

§D§





terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Dona de Mim





Christopher Cross - Arthur's theme


Tomando meu tempo serás minha porque me dei a você.
Use do poder que exerce sobre mim e me faça poderoso nas tuas mãos,
dê-me o poder de te servir o amor em doses generosas,
que minha boca seja seu cálice onde sorves os meus carinhos,
escravize meus desejos e os acorrente a você como adorno de cintura.

Quero ser seu como nunca pude ser meu mesmo,
satisfazendo suas vontades as minhas se completam.
conseguindo te agradar cumpro com minha vocação.
Nasci para ser a nascente dos seus caprichos.

Oxalá, que eu possa ser uma coluna erigida ao teu prazer,
local onde possa recostar o corpo em brasa e achar refrigério.
Quando estiver com sanhas de amar veja em mim uma mesa farta,
tire da minha carne o sustento da sua paixão saciando nossa fome.
Sendo dona de si também será dona de mim.

§D§


sábado, 14 de janeiro de 2012

Resistance 3

 

Platina - Resistance 3

Houve grande “resistance”, mas essa platina deixou de ser uma quimera para mim.

§D§

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Segredo de Estado Lastimoso







Foi naquele pub inglês do qual fui freguês por um mês
que te vi pela primeira vez.
Todo gelo que havia em mim sorvestes com whisky e o restante derretestes com o fulgor dos teus olhos.
Londres estava fria, mas eu já não sentia, tudo que havia era eu e você e uma nova mania.
Desligado do meu alvo tornei-me um alvo fácil na sua mira, uma presa da sua empresa.

O tempo escoava sem controle e as minhas obrigações urgiam, tinha que voltar a sobriedade mesmo que a ressaca doesse muito.
Enchi-me de coragem e voltei a ser o covarde de sempre, minha missão perigosa era um refugio seguro do que sentia.
Escapei do seu laço de amor usando a arma do meu objetivo, o agente que reage ao menor indicio de perigo e você era perigosa.
Deixei o Reino Unido apartando-me de ti, amarguei essa despedida com o doce beijo dos teus lábios que trouxe na bagagem da lembrança.

De volta à segurança dos braços da mãe gentil o arrimo se apoia para descansar!

§D§






sábado, 7 de janeiro de 2012

Arcaico








Guardo choroso o luto dos áureos dias onde a cândida beleza era reconhecida pelo frescor da inocência e não no emancipado ardil da sedução córnea que ata de momento e fica rota em menor tempo ainda.
Não, sou um tipo urdido numa trama prosaica, mas de esmerado feitio que prima pelo conforto casto do espírito e abjeta a ostentação da fina seda luxuriosa da carne.
É próprio do mancebo o azougue da tenra idade, o destempero que se dá em desabalados arroubos de paixão, mas cabe ao cavaleiro o freio na disparada da cavalgadura do que essa no seu instinto de se conter ante o perigo.
A donzela traz mimos nos cabelos, finos adornos combinantes entre si se espalham por pulsos, orelhas e pescoço tal qual o firmamento cintila um cordel de brilhantes estrelas acompanhando uma grande pérola lunar numa noite de gala, porém é o frescor da noite que seduz e dá o descanso do justo sono. Assim também está nos olhos baixos e no rubor das bochechas, na graça que só vem com a singeleza de espírito da rapariga que é a promessa da virtude.
Fui forjado numa têmpera nada flexível e para tanto o costume de testar no cadinho o valor das palavras que hão de se tornar atitudes pelo penhor das mesmas. Quem investe em cotas do amor espera receber dividendos na mesma moeda, como o coração não avia notas promissórias nem exige títulos ao portador, estar enamorado é um trâmite de alto risco.
Aquele que caminha em tapeçaria de verdes gramados do jardim da paixão só ouve o trinar da passarada e fiéis herdeiros dos céus, ele se torna devoto do amor eterno e só tem olhos para sua deidade. Não percebe o desafortunado que está mais perto de arder no inferno do que se esbaldar no calor do romance.
Idos são os tempos de outrora onde se firmava um termo com uma promessa e o sinete que lacrava todo o envoltório era a própria honra.
Hoje em dia não há lacre nem o que lacrar, ninguém é de ninguém e o passar de mão não é uma obscenidade, e sim uma troca literal de "mão em mão".


§D§




sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Prince of Persia

 

 

Platina - Prince of Persia

O principe ficou com a princesa Elika e eu com mais uma Platina. E todos viveram felizes para sempre…

§D§

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Hóspede e Hospedeiro



Vivo só porque somos dois,
eu o condutor e o navegador obscuro.
Conduzo com pericia,
mas o percurso fica por conta do carona.

Gosto dessa companhia silenciosa,
porém não menos eloquente e sagaz.
Ele divide comigo os seus pensamentos,
não me esconde nada, antes, se esconde em mim.

Meu amigo oculto não conhece o medo,
mas é dele que tira seu sustento vital.
Gosta de provocar inquietação na mente alheia,
ele mesmo é a personificação do desconhecido.

Abrigo em segredo esse hospede enigmático,
em troca ele me protege da hipocrisia humana,
me dá a camuflagem perfeita de um ser comum,
enquanto por baixo somos o que havíamos de ser...

§D§




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