Vivo só porque somos dois,
eu o condutor e o navegador obscuro.
Conduzo com pericia,
mas o percurso fica por conta do carona.
Gosto dessa companhia silenciosa,
porém não menos eloquente e sagaz.
Ele divide comigo os seus pensamentos,
não me esconde nada, antes, se esconde em mim.
Meu amigo oculto não conhece o medo,
mas é dele que tira seu sustento vital.
Gosta de provocar inquietação na mente alheia,
ele mesmo é a personificação do desconhecido.
Abrigo em segredo esse hospede enigmático,
em troca ele me protege da hipocrisia humana,
me dá a camuflagem perfeita de um ser comum,
enquanto por baixo somos o que havíamos de ser...
§D§
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