terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Beijo








Cher - The Shoop Shoop Song


Caí num laço com cor de pecado!
Entre lábios quentes e adocicados,
dei-me como vencido, apanhado...
Fui abatido por um beijo afogueado.

Acordei febril no cárcere da paixão!
Teus braços como cadeias em mim,
no calor do seu corpo arde meu coração,
brasas que me queimam sem fim.

No vício de te querer reside meu delito,
pagarei de bom grado o meu castigo,
sou viciado no prazer do teu sexo... Admito!
cumprirei prisão perpétua... Contigo.

§D§

Obscuro - Lábios


sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Contrastes

 

 

O mundo está cheio de mentes vazias,

pensamentos vagos ocupando a lógica.

O tolo, busca lograr tudo sem hesitar,

mas na sua arrogância acaba sem nada.

§D§

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Amor banalizado








Alanis Morissette - Everything

 

O “eu te amo” está muito banalizado,
basta sentir um friozinho na barriga
e logo se diz amando para todo o lado,
mas termina como estouro de bexiga.

Amor verdadeiro dura uma vida inteira,
se diz uma vez e demonstra-se toda hora.
Ouço falarem amar de qualquer maneira,
porém não dura mês e tudo foi embora.

O desejo de ter alguém é maior que a razão,
falam tolamente do que não conhecem,
esperando encontrar essa escora de coração,
não entendendo o amor... O desmerecem.

Viver só, não! Melhor uma infundada ilusão,
na alusão de amar... Uma miragem toma formas,
deforma a relação em detrimento do coração.
Um grande amor não se encontra em reformas...

§D§

Anel 

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Desconto de Natal


A imagem do Papai Noel impressiona pela quantia de significados alegóricos que invoca. Tudo nele está muito bem fundado, desde sua aparência física até seus atos, nada é por acaso.

Por que ele é tão gordo? Imagine uma pessoa sevando o próprio saco por 364 dias no ano... É só isso que ele faz, além de uma aparição relâmpago no Natal. Só poderia ser gordo mesmo.

E sua face corada, sabe por quê? Ainda não tenho certeza se é por vergonha de não fazer nada o ano inteiro ou reflexo de sua roupa vermelha. Eu morreria de vergonha com certeza...

Descobri recentemente que suas entradas furtivas pelas chaminés são frutos de uma aprendizagem com o Mister M, mestre do ilusionismo. Os dois usam disfarces fajutos... Um usa uma barba mais do que postiça e o outro uma máscara que não para no rosto. Um disfarce para disfarçar a vontade de aparecer sempre.

O velhote também tem ajudantes espalhados pelo mundo inteiro: Na Inglaterra são os duendes, na África são doentes e no Brasil os anões de Brasília. Os anões daqui são conhecidos pelo seu lema “ajuda um pouquinho, rouba um pouquinho”.

Essa figura rubra foi criada para as crianças, mas quem põe fé nela são os adultos, o comércio e a ganância. Não me parece um bom velhinho e sim um safadinho que só aparece onde há dinheirinho de verdade...

Na Inglaterra é conhecido como Santa Claus, aqui cairia bem Santo Caos, pelo caos que provoca nas contas dos coitados seguidores do modismo. Fala-se tanto em espírito natalino, mas tudo que vejo é um espírito de porco geral.

Como dar atenção a um personagem e data regidos pelo comércio desenfreado? Tudo o que se visa é o lucro em cima da inocência das crianças.

A única coisa que não entendi ainda é porque ele usa renas conduzindo o trenó, não seria mais lógico antas ou burros? Não são eles que de fato puxam esse carro ridículo do Natal?

Bom! O ano novo vem aí... Tudo continuará do mesmo jeito, ficaremos mais velhos e cheios de contas. Só o ano será novo, porém a hipocrisia será a mesma de sempre.

Quanto ao velho safado... Estará de saco vazio, mas com as burras cheias.


§D§


Obscuro-Noel

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Conto de fadas






 Smash Mouth - I'm A Believer

 

Peregrinando pela terra do nunca descobri que lá, 
nunca, nunca existiu e que essa história de felizes
para sempre é o que sempre se espera mas nunca
se alcança de fato. Conto de fadas é muito confuso!

Ouvi dizer que o lobo engoliu a vovó da chapeuzinho,
mas tudo que vi até hoje é muita gente com um lobo
dentro de si. Essas pessoas têm olhos gordos de inveja,
bocas enormes e maledicentes, nariz grande e enxerido.

Todo mundo espera encontrar um pé que sirva para seu
sapatinho de cristal, porém só encontram telhados de vidro.
Se existissem amores encantados o que seriam os contos de
faz de conta? Histórias baseadas em fatos verídicos e só?

Penso que o encanto das histórias está no desencanto...
O homem tão racional cria fantasias para as crianças,
mas quem se deleita é o adulto que perdeu a fé em si.
Sou um deles. Não tenho fé, mas a imaginação é fértil.


§D§

Obscuro - Conto


domingo, 20 de dezembro de 2009

Chique descaso







A moda dita o que se deve usar e as cores das estações.
Para não fazer feio, o certo é contratar um personal stylist.
Ele conhece a arte do se vestir bem em todas as ocasiões.
O ser humano está cada vez mais exigente... Hum, que chique!
Mas enquanto isso o trabalhador passa 365 dias de uniforme,
não vejo lógica nisso, vejo sim, um descaso humano enorme!

Atualmente é obrigatório conhecer regras de etiqueta à mesa,
é uma gafe terrível errar o talher ou trocar o uso da taça,
para tanto, socialites ensinam as normas com ares de nobreza,
e o que servir em cada ocasião, depende do que se congraça.
Acho tudo isso o cúmulo do supérfluo, tantas normas ao comer,
quando tantas pessoas passam fome e os outros fingem não ver.

Está muito em voga o botox na testa e silicone a gosto...
Nunca houve tanto cuidado estético no corpo e tantas plásticas,
Levanta aqui e estica ali para definir o seio, bumbum e rosto,
até os homens entraram nessa, estão alongando o... Novas táticas!
Seria perfeito se tanta gente humilde não morresse sem tratamento,
remédios essenciais sempre em falta no SUS. Calo-me nesse momento.


§D§

Realeza

sábado, 19 de dezembro de 2009

Dama de preto



A dama de preto está me chamando,
Não há como rejeitá-la.
Seus cabelos negros como a noite sem luar,
Molda a pele clara, um reflexo da face lunar.
Seus olhos gélidos escravizam minha alma,
Sua voz rouca é mansa e com isso me acalma.

Sigo seus passos lentos no meio do nevoeiro,
Cai seu manto, corpo nu a luz do candeeiro.
Possuo-a voraz no meu desejo ao perceber,
Que sou sua posse sem um novo amanhecer.
Entre árvores e na relva orvalhada, sou animal,
Meu instinto louco de possuí-la sela o meu aval.

Não fui enganado, nem tão pouco afoito,
Quem dorme com ela não acorda... Está morto!


§D§

Obscuro-Feit

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Laços de sangue






Depois de um dia de trabalho só se pensa...
Voltar para os braços de quem se ama,
receber em carinhos a doce recompensa.
Coladinhos imitamos conchinha na cama.

Acordei com aroma de café fresquinho,
o gosto do amor no corpo ainda presente.
Minha mulher a servir-me com carinho,
desfilando na sua camisola transparente.
Notando meu olhar amoroso faz beicinho,
servindo as torradas com café bem quente.

Quase saindo para a rua percebo a maior euforia,
gritinhos e risinhos, “acordei, espere papai querido!”
Tiquinho de gente se atira nos meus braços com alegria,
A inocência do mundo inteiro no meu colo. Comovido!
Esta figurinha descalça e de trancinha alegra meu dia.

Minha fotocópia remoçada espera no portão.
“E aí, velhão... descansou legal, dormiu bem?
Parado! Quer queimar meu filme? Beijo não!
Já cresci, não sou mais criança, sou jovem...
Agora é só um abraço forte e aperto de mão”.

Inicio alegremente o meu labor de mais um dia,
esperando voltar brevemente para minha família.


§D§

Família


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Subliminar








Minha mente trabalha com pensamentos ininteligíveis,
notas dissonantes em ritmo abstrato, compondo mensagens
subliminares no meu estúdio mental, vozes algures do passado
ecoando no presente rumo ao futuro longínquo.

Axiomas impressos em vinil rodando ao contrário emergindo
significados inaudíveis na frequência e sentido normais.

O alvedrio puro está na esfera das idéias do individuo,
com liberdade para pensar acaba ficando escravo da
própria lógica, ao expor isso ao mundo trai a si mesmo
em troca da paz interior. Preço alto desse livre arbítrio!

A mão que estapeia é a mesma que afaga, entretanto a
motivação é a mesma... Aprisionar o que se busca!


§D§


Obscuro - Vinil

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Encanta-me seu vozear









Na batida do violão bate meu coração,
no compasso passo a passo com o seu,
arrebata-me e bailo sem tocar o chão,
essa voz possui o que não é mais meu.

O melhor de mim no seu ritmo manso,
extraído nota a nota denota influência,
o poder da sedução no som, meu remanso...
Encontrei harmonia na melodia da sua regência.

Leva-me contigo e toca-me... Seu instrumento,
dedilhe-me corda a corda, me acorda no toque,
desperta-me cantando, encantando-me nesse momento,
seu vozear inspira amar a canção desse enfoque.

Acabando a música se extingue a bela magia,
morre acorde a acorde, não me acorde agora,
prolongue esse momento contigo nessa fantasia,
quero 2x o coro e bis sem fim, não vá embora.

§D§

Obscuro-Yuna-Cantando


Pequei sem pecar






 

 Andrew Lloyd Webber - Learn To Be Lonely


Caminho neblinoso no macio orvalhado,
estreita vereda a trilhar contrito e solitário,
arrependimento pelo erro não praticado,
o pesar do justo no injusto orbe planetário.

Segui o sendeiro indicado pelo senso lato,
mesmo assim deparei-me com o inesperado.
Meu pecado foi nunca ter pecado de fato,
não praticar o erro é pecar despreparado.

O perdão vem do confessar arrependido,
conscientizar-se do erro é praticar a justiça,
sentir na pele a dor que sente o ofendido,
libertando o rancor encarcerará a injustiça.

Agora percebo que não importa o caminho,
mas o que se deseja encontrar no fim da trilha.
Busco sossego de espírito caminhando sozinho,
ao sucumbir cairei só, se chegar no destino... Maravilha!


§D§

Solitário


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Knight











O brasão do meu escudo foge aos padrões heráldicos...
Um campo negro com dois parágrafos, §(D)esconhecido
e o outro § em branco suspense na amplitude obscura.


Um Knight sem rosto protegido por um elmo de penachos escuros
agourentos, não levanta a viseira jamais, porém os olhos
atravessam almas como lanças infernais rasgando o desconhecido.


Sua espada é forjada com material desconhecido por uma
alquimia indecifrável pela mão que a empunha implacável,
visão terrível que só se mostra ao cair da madrugada.


Cota de aço impenetrável, armadura negra e sem vestígio
de alma vivente dentro, entretanto se move como sombra
em noite de luar açoitando o espaço como quem vê fantasmas.


Essa figura medieval combate a falsidade para se proteger
da vida enganadora, reinos de mentiras não conseguiram
seu tributo e o buscam sem lograr finalizar o § em branco.



§D§

Obscuro Knight


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Saber é saber ouvir








No meu reino de silêncio só
atenho os sinais pertinentes,
o mais claro é a escuridão
que envolve-me e protege-me.


A luz dos entendidos cega o
fácil entendimento com muitas
cores distorcendo a visão das
idéias dando falsa ilusão ótica.


O muito falar é sinal de estupidez,
ouvir é ver analisando o que se ouve
e o que se vê com metódica atenção,
tornando dados em fatos à luz da razão.


Quem busca o conhecimento se oculta
dos holofotes e permanece na coxia,
com visão privilegiada ouve e enxerga,
no doce prazer do compreender anônimo.



§D§

Ouvir


…Homem

 

“Quando menino pensava como homem, agora que sou homem não lembro de ter sido menino”.

§D§

domingo, 13 de dezembro de 2009

Passei por ti









Fui uma brisa que passou por ti,
não me viu, somente sentiu...
Algo que agora sumiu.


Deixarei um gosto doce e saudoso na boca,
sabor gostoso no paladar acurado...
Um flavor breve e acabado.


Lembranças de palavras envoltas em alegorias,
mistérios do obscuro no acuro suspense...
Não sinta, use a razão e pense.


Não sou uma pessoa que se pode denominar boa ou má,
nem alguém que se pode entender por completo...
Sou uma escada sem fim, algo incompleto.



§D§

Folha


sábado, 12 de dezembro de 2009

Espinhos do ego


Sou o siso incomodando na boca do orador,
o argueiro no olho do atirador de elite,
um pensamento profano na mente do puritano,
o desejo ardente entre as pernas da moça casta.


Os poetas contam histórias eróticas para masturbar
o ego humano que busca prazer fictício, o povo
veste-se com a toga da honra para esconder
a lingerie rendada e transparente da vergonha,
mas não tira o olho debaixo da minissaia da
vizinha sordidez procurando ver o que abunda dela.


O arrogante não se contenta com o prazer fácil,
precisa currar a vida para se vingar do que o
pegou por trás, sua iniqüidade é como câncer na
próstata, não há dedo que detecte o mal contido.


O cheiro ocre da realidade fere as narinas hipócritas,
não sendo possível respirar pela boca mentirosa,
necessitam de uma sonda filtrando a verdade doída.
O egocêntrico grita por Rá (deus do sol), mas vive na
escuridão do seu Eu e alheio aos seus semelhantes,
uma múmia atada em bandagens puídas no deserto.



§D§

Mascaras

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Nossa pérola









Banho e Chuva




Bendita seja a chuva que se desprende
de brancas nuvens do céu azul claro,
regando o campo em flor de muitas cores,
sinto o exalar das rosas em teus cabelos
úmidos, visão dos céus ao meu alcance.


A água escorre na encosta alisando a pele
do solo eriçado e apaixonado em demasia...
Um fio d’água desce entre seus seios
túmidos e arrepiados pelo ventinho que
sopra e acaricia seu corpo macio... Meu vicio!
...Torrentes desembocam num vale estreito,
represada chuva, um regalo da mãe natureza.

Sigo o fio corrente que inunda seu umbiguinho,
olho d’água na planície... Seu ventre é tão meu,
transborda e corre livre entre suas colunas,
esconderijo da nascente dos prazeres meus no teu
prazer, de paredes lisinhas, doces e acolhedoras...
Meu aconchego no conforto do seu sexo.


§D§

Chuva e Banho

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Teimosia







Nossa relação está insuportável,
não te desejo, não protele mais.
Tento ir embora, mas me seguras,
prende-se a mim e me torturas...


Tentei ir para o outro lado do rio,
apliquei-me nessa travessia, porém
sou arremessado contra as pedras
pela força da correnteza. Acordo
novamente contrariado do lado de cá.


Uma união precisa ser de recíproca coesão,
isso não há entre nós, pois busco independência
independente do que você queira, quero ser
livre para ir e ir sozinho para o lado de lá.


Tua presença atormenta meu espírito,
bem sei que me queres contigo, entretanto
quero me ver longe de ti, onde não ouvirei
teus conselhos e não sentirei tua mão a me
guiar. Deixa-me em paz... Oh, vida teimosa!


§D§

tunel 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Espelho desencantado








Minhas lembranças estão guardadas em um baú mofado,
o tempo umedeceu as esperanças abandonadas ao acaso,
as traças tornaram rotas as vestimentas da felicidade,
o espelho oxidado revela uma imagem tosca e deformada.


Não há indicativos de minha idade real ou do que vivi...
Minha alma é como o retrato de Dorian Gray envelhecido e
no lugar do corpo, mas onde está o lucro de uma vida assim?
Aparência viçosa recobrindo um espírito alquebrado.


Espero o romper do encanto do espelho, no estilhaçar do
cristal o encantamento terá fim e o belo mostrará a feiura
pura e liberta de quem morreu e continuou insepulto,
abominação da vida encerrada em falsa beleza corpórea.


O desapegar-se da carne e o esvair do sangue teimam
em manterem-se unos com uma alma putrefata de fato.
O que é necessário para quebrar essa ligação sem elo?
Não há nexo em manter uma alma morta num corpo
ainda vivo, assim como também não há em manter o
Corpo vivo numa morte cerebral irreversível e atestada.


Exijo eutanásia!


§D§

Obscuro-Medo



terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Hórus, olho que tudo vê








O olho ferido de Hórus reina absoluto na noite,
O céu é sua coroa adornada de incontáveis diamantes,
Cada pedrinha brilhante traz resquícios de outrora,
Um fragmento da história do cosmos no quebra-cabeça universal.

O deus dos céus e dos viventes repousa seu olhar sobre mim,
Nesta noite tão bela e solitária percebe minha desorientação...
Sou uma botija cujo conteúdo represa um licor amargo e intragável,
Cujos ingredientes são: Saudade, desesperança, tristeza e miséria.

Saudade por querer demais a ponto de sentir o que não posso ter,
Desesperança porque tenho consciência do imutável fato cármico,
Tristeza é minha alma, convivo com ela desde que nasci e não se aparta,
Miséria é como chamo minha vida, um viver desprovido de vida.
Esses são os insumos de minha existência e meu extrato vital.

...o olho que tudo vê entende meu infortúnio, mas é deus de vivos,
Já estou morto dentro de mim, a mistura está deteriorada na botelha,
Ele não pode fazer mais nada e não posso passar meu cálice sem beber.
De qualquer forma o firmamento está lindo e estrelado em seu luar...
Quem amo está debaixo da mesma cobertura cósmica e livre do meu azar.


§D§

Obscuro-Olho de Hórus


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Manto Negro








Minha pele é muito pálida,
Os cabelos negros como breu,
Tenho olhos muito escuros,
Não se dão bem com a luz.


Possuo sangue frio e volátil,
Meu coração não está comigo,
Não ouço bater nem sinto pulsar,
Esta minha alma da conta sem ele.


Nas noites perscruto na escuridão,
De cócoras nos telhados como anjo caído,
Uma gárgula sem vida, grotesco e invisível,
Me oculto, minha visão é terrível.


Sou puro sensação num corpo pecaminoso,
Desejo a carne, sinto o seu aroma e assusto...
Ela sente meu olhar e transpira de desejo e medo,
Percebo o calor do seu sexo umedecendo,
Envolta na minha capa preta, presa se entrega...


Meu falo pulsa sugando seu prazer para que eu viva,
Dentro dessa fêmea continuo parte do orbe vivente.
Mordo, judio e ela quer conhecer mais do meu mundo,
Somos dois corpos flutuando no manto negro da noite,
Uma besta e sua virgem de sacrifício... Sacrificada está!


§D§

Obscuro-Selvagem

domingo, 6 de dezembro de 2009

Casta Globalizada

 

O governo indiano aboliu oficialmente o sistema de castas, porém ele ainda vigora informalmente, pois está enraizado na cultura desse povo. O resto do mundo condena essa situação como se não tivesse algo similar.

Tomemos como exemplo o Brasil. Não temos aqui as classes alta, média e baixa? A diferença é que aqui a coisa é velada, não se admite que isso seja proposital, mas também não se muda o fato de que o cidadão da classe baixa não é bem visto nas mesmas atividades da alta. Geralmente a desculpa é que os da baixa não podem pagar por esses benefícios que a alta desfruta.

A classe média segue satisfeita, não tem tudo o que deseja, porém não está à margem da sociedade. Entretanto oprime de igual maneira os menos afortunados, como se fosse natural tanta gente vivendo bem em detrimento de outrem.

Existe também o mesmo numa escala maior, como é o caso dos países ricos e pobres. EUA e Angola, não parece coisa de castas? Porque um país tão rico e outro tão pobre?  Não são constituídos da mesma espécie humana?

Desde que o homem começou a se organizar em tribos, passou a existir a desigualdade: um cidadão no comando, alguns subordinados ao seu mando e o restante da comunidade recebendo as ordens de trabalho e sustentando o poder maior. Passaram-se milênios e o padrão continua.

Enquanto alguns homens sentem a necessidade do poder, outros necessitam de serem comandados e com isso abrem a brecha para a exploração. Quem está no comando sempre tira proveito de seu posto, o preposto também tem sua parte bem aquinhoada. O problema desse sistema é que uma minoria de ócio fica com a maior parte do bolo produtivo, enquanto a maioria operária divide uma parte ínfima do que produziu, dificultando o seu custeio familiar.

O poder destrutivo dessa pratica é devastador porque age em duas frentes. Em uma o individuo fica preso a esse sistema por não poder pagar, não ter tempo para estudar e sair da roda exploratória. Na segunda, o ciclo se completa com o aumento dessa família aonde os recém chegados terão a mesma sorte, visto que o pai de família não poderá custear um bom ensino para a sua prole. Assim, surge cada vez mais mão de obra servil à disposição de uma minoria sanguessuga.

Não estou trazendo a baila esse assunto com a esperança de mudança, sei que não vai acontecer. Já imaginaram se houvesse igualdade totalitária? Quem iria limpar fossas, quem seriam os Dalits de uma sociedade de Brâmanes e Xátrias ou simplesmente igualitária? Quem pode ver o sol não olha para o chão.

Uma sociedade humanitária fundamentada na igualdade é uma utopia. Para haver riqueza há necessidade da pobreza. Como saber quem é rico se não houver o pobre para comparar?

§D§

 

sábado, 5 de dezembro de 2009

Meu pi no ponto G

Sou fascinado por geometria e profundo conhecedor das figuras tratadas por este ramo matemático, em especial a figura circular. É sobre essa forma geométrica que pretendo nortear nosso estudo, transmitindo um pouquinho da minha ciência com exagerada modéstia.

A geometria é a área da matemática que estuda o espaço e as figuras que o ocupam. Doravante tratarei geometria e suas variantes por “ponto G”, para maior facilidade de compreensão.

Acho a figura circular a mais graciosa, é toda forjada em curvas e seu início também indica o fim, numa constante de voltas que não me canso de percorrer com os olhos. Em alguns casos faço o trajeto delineando sua circunferência com a pontinha do dedo indicador, para sentir a textura do material onde está impressa. Circunferência é o perímetro que delimita a área do círculo no ponto G.

A circunferência consiste de um ponto central circundado por uma linha curva fechada, passando à mesma distância desse ponto, em todos os sentidos. Se existe algo que aguça meus sentidos é pensar nessas curvas.

Existem circunferências das mais variadas dimensões e o cálculo dessas medidas se dão através da proporção do π (pi).  Curiosamente, a proporção π (pi) se origina das dimensões da própria circunferência, onde o perímetro “p” dividido pelo diâmetro “d” serão p/d=3,1416=π*. Observe que o π (pi) então é indispensável para o ponto G e sua harmonia.

O π (pi) por sua vez é um número irracional e dependendo da pessoa que o porta, lhe atribui o valor desde 3,1416 que é o mais comum e uma aproximação arredondada para maior, até 3,141592653589793238462643382795 para os que querem se mostrar mais avantajados, quando na verdade o que importa é a maneira que você usa o seu π (pi) então.

O que mais gosto é de usar o π (pi) para explorar as medidas de uma bela circunferência ou círculo. Dizem que o círculo é mais difícil em uma exploração por ser mais complexo e de difícil acesso, eu digo que no calor da diversão o importante é encaixar o π (pi) então com muita precisão, independente da escolha... “Eu geralmente costumo fazer um encaixe perfeito, tanto na circunferência quanto no círculo, e nunca deixo o ponto G a desejar”.

Para encerrar, advirto que é aconselhável refazer várias vezes os cálculos e tirar a prova real. É muito vergonhoso um π (pi) que não dá conta de uma circunferência e não atinge seu objetivo no ponto G. Por isso que sempre digo... “Prefiro meu π (pi) na mão do que num círculo estranho”.

Obs.: Os sinais de = devem ser lidos como "aproximadamente", por motivos de codificação de texto nâo pude usar o sinal correlato.*

§D§

Obscuro-Rukia

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Nossa relação matemática








Você tem esperado que eu fale contigo, alguma mensagem minha. Falarei então da maneira mais objetiva e razoável que existe, usarei a linguagem matemática.

Para encontrarmos a solução de nosso problema,
Vamos resolver essa equação, igualar nossas expressões...
Lembre que a ordem dos fatores não altera o produto,
Sua expressão em primeiro plano ou a minha não mudam o fato,
Que de fato nosso resultado é sempre o mesmo.
Na hora da prova real não encontramos a igualdade,
Subtraímos mentiras, dividimos a culpa, adicionamos confiança,
Multiplicamos o afeto e mesmo assim não chegamos à raiz da questão...
Penso que devíamos elevar o amor ao quadrado, mas será esse o “x” da questão?
Existe outra incógnita, quem sabe um “y” deslocado? Ou tratamos de uma inequação,
Onde só iremos encontrar os valores da sua e minha expressão, mas sem igualdade?
Tentei fatorar por varias vezes, decompondo e calculando nosso teorema,
Nem Pitágoras teorizou tanto um triângulo. Do meu ângulo não vejo solução...
Conheço meu valor e estimo o seu, mas não há lugar para um terceiro valor,
Para esse numero irracional.
O resultado?
Estamos reprovados!


§D§

Calculo


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