domingo, 6 de dezembro de 2009

Casta Globalizada

 

O governo indiano aboliu oficialmente o sistema de castas, porém ele ainda vigora informalmente, pois está enraizado na cultura desse povo. O resto do mundo condena essa situação como se não tivesse algo similar.

Tomemos como exemplo o Brasil. Não temos aqui as classes alta, média e baixa? A diferença é que aqui a coisa é velada, não se admite que isso seja proposital, mas também não se muda o fato de que o cidadão da classe baixa não é bem visto nas mesmas atividades da alta. Geralmente a desculpa é que os da baixa não podem pagar por esses benefícios que a alta desfruta.

A classe média segue satisfeita, não tem tudo o que deseja, porém não está à margem da sociedade. Entretanto oprime de igual maneira os menos afortunados, como se fosse natural tanta gente vivendo bem em detrimento de outrem.

Existe também o mesmo numa escala maior, como é o caso dos países ricos e pobres. EUA e Angola, não parece coisa de castas? Porque um país tão rico e outro tão pobre?  Não são constituídos da mesma espécie humana?

Desde que o homem começou a se organizar em tribos, passou a existir a desigualdade: um cidadão no comando, alguns subordinados ao seu mando e o restante da comunidade recebendo as ordens de trabalho e sustentando o poder maior. Passaram-se milênios e o padrão continua.

Enquanto alguns homens sentem a necessidade do poder, outros necessitam de serem comandados e com isso abrem a brecha para a exploração. Quem está no comando sempre tira proveito de seu posto, o preposto também tem sua parte bem aquinhoada. O problema desse sistema é que uma minoria de ócio fica com a maior parte do bolo produtivo, enquanto a maioria operária divide uma parte ínfima do que produziu, dificultando o seu custeio familiar.

O poder destrutivo dessa pratica é devastador porque age em duas frentes. Em uma o individuo fica preso a esse sistema por não poder pagar, não ter tempo para estudar e sair da roda exploratória. Na segunda, o ciclo se completa com o aumento dessa família aonde os recém chegados terão a mesma sorte, visto que o pai de família não poderá custear um bom ensino para a sua prole. Assim, surge cada vez mais mão de obra servil à disposição de uma minoria sanguessuga.

Não estou trazendo a baila esse assunto com a esperança de mudança, sei que não vai acontecer. Já imaginaram se houvesse igualdade totalitária? Quem iria limpar fossas, quem seriam os Dalits de uma sociedade de Brâmanes e Xátrias ou simplesmente igualitária? Quem pode ver o sol não olha para o chão.

Uma sociedade humanitária fundamentada na igualdade é uma utopia. Para haver riqueza há necessidade da pobreza. Como saber quem é rico se não houver o pobre para comparar?

§D§

 

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