Sou o siso incomodando na boca do orador,
o argueiro no olho do atirador de elite,
um pensamento profano na mente do puritano,
o desejo ardente entre as pernas da moça casta.
Os poetas contam histórias eróticas para masturbar
o ego humano que busca prazer fictício, o povo
veste-se com a toga da honra para esconder
a lingerie rendada e transparente da vergonha,
mas não tira o olho debaixo da minissaia da
vizinha sordidez procurando ver o que abunda dela.
O arrogante não se contenta com o prazer fácil,
precisa currar a vida para se vingar do que o
pegou por trás, sua iniqüidade é como câncer na
próstata, não há dedo que detecte o mal contido.
O cheiro ocre da realidade fere as narinas hipócritas,
não sendo possível respirar pela boca mentirosa,
necessitam de uma sonda filtrando a verdade doída.
O egocêntrico grita por Rá (deus do sol), mas vive na
escuridão do seu Eu e alheio aos seus semelhantes,
uma múmia atada em bandagens puídas no deserto.
§D§
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