sábado, 12 de dezembro de 2009

Espinhos do ego


Sou o siso incomodando na boca do orador,
o argueiro no olho do atirador de elite,
um pensamento profano na mente do puritano,
o desejo ardente entre as pernas da moça casta.


Os poetas contam histórias eróticas para masturbar
o ego humano que busca prazer fictício, o povo
veste-se com a toga da honra para esconder
a lingerie rendada e transparente da vergonha,
mas não tira o olho debaixo da minissaia da
vizinha sordidez procurando ver o que abunda dela.


O arrogante não se contenta com o prazer fácil,
precisa currar a vida para se vingar do que o
pegou por trás, sua iniqüidade é como câncer na
próstata, não há dedo que detecte o mal contido.


O cheiro ocre da realidade fere as narinas hipócritas,
não sendo possível respirar pela boca mentirosa,
necessitam de uma sonda filtrando a verdade doída.
O egocêntrico grita por Rá (deus do sol), mas vive na
escuridão do seu Eu e alheio aos seus semelhantes,
uma múmia atada em bandagens puídas no deserto.



§D§

Mascaras

Nenhum comentário:

Entre em contato.

Nome (obrigatorio):

E-mail: (obrigatório, não será mostrado)

Site Web:

Sua mensagem: