terça-feira, 9 de agosto de 2011

Bardo Lascivo







Fui numa festa no inferno
para encontrar o meu talento.
Conheci a filha primogênita do diabo,
trepei com a Ambigüidade no telhado.
Estando por cima, ela me deixou por dentro,
permitindo-me penetrar seus duplos sentidos.
Aproveitei e me coloquei por trás de seu segredo
para depois estar á frente e gozar em sua sabedoria.

Toda transação sem amor tem um preço!
Com um ganho, um pagamento...
Escrevo para me aliviar e não por amar.
Paguei com a alma para ter a paz do prazer.
Sou um vaso de carne cheio de concupiscências.
Falo que não sossega, mas quem me ouve?
Pelo contrário!
Sempre há uma boca prestimosa para me receber.

Uso da língua em lugares fechados ou abertos,
abro caminho até estar por dentro,
só saio depois de convencer e comover.
Minha eloqüência me precede sem vergonha.
Desnudo com tato e vigor a casca que envolve
o fruto para sorver a polpa sugando a paixão.
Nas minhas palavras o esperma que gera uma prole,
versos bastardos de um bardo lascivo e fecundo.

No ventre da tua imaginação a minha semente,
seu toque se faz meu com imagens da sua vontade,
percorro teus canais sob seu comando e desmandos devassos.
Na orgia de cada texto tu te abres solícita e despudorada,
colocando-me no seu tatear consolo personificas meu ato literário.
Sou na tua imaginação o doce pecado entre carnes pudicas,
uma invasão concedida e desejada num deleite permissivo.
Coloco a mostra meu talento para introduzi-lo em aberturas desejosas!

§D§




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