quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Instintos




Estou cheio de desejo
do tipo que não se conta.
Olhar lascivo sem pejo
daquele que apronta.

Calado e matreiro,
mas que não esconde
o bote certeiro
e as quantas andam o bonde.

De olho na presa,
com a boca a salivar.
Já avista oferecida na mesa,
pronto para se banquetear.

O predador e a caça subjugada.
Ela corada e ele faminto,
ela querendo ser devorada,
ele bêbado dela como de absinto.

Na cadeia alimentar da luxuria
todos morrem de paixão
e renascem para a fúria
de alimentar essa emoção.

§D§



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