domingo, 16 de setembro de 2012

Paranoia


Atendi o telefone com o "alô" costumeiro e uma voz desconhecida perguntou...
- Quem fala?
Desconfiado, respondi...
- Com quem deseja falar?
A voz desconhecida agora também suspeita prosseguiu...
- Com o proprietário do imóvel.
Mais esperto e muito mais desconfiado redargui...
- Que seria?
- É o que estou tentando descobrir meu senhor.
Agora certo que eu estava certo ao pensar que não estava errado ao achar que havia algo errado e que tudo se tratava de algum golpe, fui categórico.
- Se você não sabe com quem deseja falar, muito menos eu o saberei, tente a lista anônima ou a mãe Diná.
Bati o telefone com a certeza que eu era alvo de alguma conspiração.
Sempre fui um homem muito sereno que vê as coisas como são, nada de ilusões no meu mundo de fatos. Para mim a paranoia é algo da cabeça dos outros, sou muito lúcido.
Para me acalmar um pouco, entrei no meu blog e lá estava outro indicio de estar sendo perseguido. De um dia para o outro o número de acessos dobrou, estavam entrando na minha pagina, muito suspeito. Poxa! Escrevo muito bem, mas mesmo a minha falsa modéstia tem limites, um aumento de 100% nas visitas em um dia? Improvável. Na quarta havia um total de dois acessos e na quinta pulou para quatro acessos. Eu estava sendo observado, minha pagina rastreada e meu telefone grampeado. Estava tudo muito claro, só faltava descobrir o motivo, o que desejavam e quem eram.
Saí para esfriar a cabeça e para minha surpresa, ainda na rua de casa havia um camarada de uniforme da minha operadora telefônica trepado num poste.
- Cidadão, o que faz aí em cima?
- Reparo nas linhas dessa área. Algum problema na sua?
Saquei a frase de duplo sentido que me lançou... "reparo nas linhas". O safado confessava que estava vigiando minhas ligações e os consertos eram uma fachada.
- Não. Só fiquei curioso. Obrigado pela confissão... Digo, atenção.
Puta merda, que porra é essa? O que querem comigo?
Um cara todo equipado, uniformizado e com crachá da minha operadora telefônica na rua que resido realizando reparos. Será que não se tocam que eu iria desconfiar?
Só pode ser alguém do governo, um agente secreto. Já vi isso no cinema.
Parei no posto para abastecer o carro diante da bomba de gasolina. E o que o frentista me pergunta quando entrego o cartão?
Não, não perguntou se era gasolina ou álcool, perguntou se era débito ou crédito.
O que importa para ele se é débito ou crédito desde que seja pago? Estão em toda parte esses sacanas golpistas.
Imediatamente recolhi o cartão e paguei em dinheiro. O filho da puta ainda tira um sarro.
- Pagar com visa é melhor!
- Vai à merda, safado.
Estavam de olho nas minhas transações também, sorte que tenho transado pouco.
Com a cabeça mais fresca e de volta ao meu lar, resolvi pedir auxilio. Liguei para a ABIN e contei tudo perguntando quais as chances de eu estar sendo vitima de uma conspiração. Gelei com a resposta.
- Senhor, uma em um bilhão.
Desliguei em pânico, a possibilidade é real.

§D§


2 comentários:

Unknown disse...

Gostei da paranoia!!!
Reparei que em cima tá junto... Seria proposital???

Obscuro disse...

Não! Era um erro que já corrigi. Não vamos querer encimar erros quando o assunto é a paranoia, não é mesmo?

§D§

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