No cemitério me encontro semi-etéreo.
Envolto em éter ocupo todo o espaço,
desocupado afogo-me na quinta-essência.
Traga flores negras, minha cor preferida,
chore por quem não foi ainda, mas finja.
Sepulte esquecendo quem te esqueceu,
alguém que não liga se você sorriu ou gemeu.
Morro todo dia para renascer toda noite,
sou filho da mãe morte e minha consorte.
Não te quero mulher viva, está sem sorte.
Sou morto vivo e vivo morrendo de ódio,
queimo no escuro a luz que de ti irradia,
então que fique santa nas desculpas do dia.
Blasfemo do alvorecer e deito-me com a noite.
Sempre infecundo violo todo tumulo aberto,
não deixo semente, mas você sente entrando.
Aprenda me ver saindo, diga adeus, não há Deus!
§D§
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